O roteirista Paulo Halm já havia mostrado seu talento em diversos longas como Guerra de Canudos (1997) ou Amores Possíveis (2001). Desta vez, além de escrever o roteiro, Halm assumiu com competência a direção deste filme que traz a história de um complicado triângulo amoroso, permeado por cenas cômicas e fazendo referências à obras literárias.
Zeca (Caio Blat) é o protagonista. Sonhando em ser escritor, o personagem tem um promissor romance na cabeça, mas não consegue escrevê-lo. É sustentado pela mesada do pai e seus hábitos lembram o byronismo, pessimista, angustiado, mas ao mesmo tempo egocêntrico e na eterna busca de um relacionamento amoroso perfeito, que tenta sanar com Júlia (Maria Ribeiro). Não haveria nada de errado se Zeca fosse um adolescente que, como tantos outros, vivesse os ideais do romantismo. O problema é que ele já tem trinta anos e poucos resultados concretos na vida.
Sua esposa aparenta ter muito pouco em comum com ele. Júlia é professora e dedica-se ao sonho de fazer seu mestrado em Sorbonne, sendo que este projeto toma a maior parte de seu tempo e muitas vezes ela recusa a atenção de Zeca para não prejudicar os estudos. Uma de suas alunas é Carol (a argentina Luz Cipriota), que talvez seja a personagem mais carioca do filme, aproveitando os prazeres da Lapa e das praias do Rio.
Quando a amizade entre professora e aluna estende-se para fora da sala de aula Zeca, apesar de seu estilo de vida digno de escritores do romantismo, tem uma atitude de Dom Casmurro, personagem mais conhecido do realismo, suspeitando de que sua mulher esteja lhe traindo com Carol. As semelhanças machadianas param por aqui, pois o desenvolvimento da história acarreta em uma sequência de atitudes imaturas de Zeca – lembrando algumas vezes o personagem Cristiano que Caio Blat interpretou em Cama de Gato, apesar de este ter sido muito mais trágico – e como todo adolescente perdido, é ao pai que o jovem recorre.
A presença de Daniel Dantas é curta, porém muito marcante tanto para o lado cômico (assim como a de Hugo Carvana), quanto para compreendermos o protagonista. O pai acredita muito no potencial do filho e joga para ele a própria esperança, frustrada, de ser escritor. Os constantes mimos ao longo da vida fizeram com que Zeca ficasse acomodado até os trinta anos, sem maturidade para solucionar os problemas ou traçar metas concretas que rompam a barreira dos sonhos.
Carol em determinado momento é o elemento que inspira a vida de Zeca, como a realização de seus desejos que servem para inspirar seu romance inacabado e dão sentido para sua existência, porém o triangulo amoroso é insustentável, e a ideia fixa de que Carol e Júlia têm um caso persiste. A resolução deste impasse cabe ao personagem que finalmente tem uma responsabilidade da qual não pode fugir.
É interessante a presença de Zeca como narrador, pois seria um elemento dispensável, mas sua existência indicando claramente se tratar da narração de um filme sugere que a obra a ser composta pelo personagem, a princípio um romance, acabou sendo um filme; não de ficção sobre a vida de outras pessoas como ele sonhava, mas sobre sua própria vida.
Zeca (Caio Blat) é o protagonista. Sonhando em ser escritor, o personagem tem um promissor romance na cabeça, mas não consegue escrevê-lo. É sustentado pela mesada do pai e seus hábitos lembram o byronismo, pessimista, angustiado, mas ao mesmo tempo egocêntrico e na eterna busca de um relacionamento amoroso perfeito, que tenta sanar com Júlia (Maria Ribeiro). Não haveria nada de errado se Zeca fosse um adolescente que, como tantos outros, vivesse os ideais do romantismo. O problema é que ele já tem trinta anos e poucos resultados concretos na vida.
Sua esposa aparenta ter muito pouco em comum com ele. Júlia é professora e dedica-se ao sonho de fazer seu mestrado em Sorbonne, sendo que este projeto toma a maior parte de seu tempo e muitas vezes ela recusa a atenção de Zeca para não prejudicar os estudos. Uma de suas alunas é Carol (a argentina Luz Cipriota), que talvez seja a personagem mais carioca do filme, aproveitando os prazeres da Lapa e das praias do Rio.
Quando a amizade entre professora e aluna estende-se para fora da sala de aula Zeca, apesar de seu estilo de vida digno de escritores do romantismo, tem uma atitude de Dom Casmurro, personagem mais conhecido do realismo, suspeitando de que sua mulher esteja lhe traindo com Carol. As semelhanças machadianas param por aqui, pois o desenvolvimento da história acarreta em uma sequência de atitudes imaturas de Zeca – lembrando algumas vezes o personagem Cristiano que Caio Blat interpretou em Cama de Gato, apesar de este ter sido muito mais trágico – e como todo adolescente perdido, é ao pai que o jovem recorre.
A presença de Daniel Dantas é curta, porém muito marcante tanto para o lado cômico (assim como a de Hugo Carvana), quanto para compreendermos o protagonista. O pai acredita muito no potencial do filho e joga para ele a própria esperança, frustrada, de ser escritor. Os constantes mimos ao longo da vida fizeram com que Zeca ficasse acomodado até os trinta anos, sem maturidade para solucionar os problemas ou traçar metas concretas que rompam a barreira dos sonhos.
Carol em determinado momento é o elemento que inspira a vida de Zeca, como a realização de seus desejos que servem para inspirar seu romance inacabado e dão sentido para sua existência, porém o triangulo amoroso é insustentável, e a ideia fixa de que Carol e Júlia têm um caso persiste. A resolução deste impasse cabe ao personagem que finalmente tem uma responsabilidade da qual não pode fugir.
É interessante a presença de Zeca como narrador, pois seria um elemento dispensável, mas sua existência indicando claramente se tratar da narração de um filme sugere que a obra a ser composta pelo personagem, a princípio um romance, acabou sendo um filme; não de ficção sobre a vida de outras pessoas como ele sonhava, mas sobre sua própria vida.
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