O título do novo trabalho de Roberto Moreira pode até lembrar algum filme hollywoodiano fadado a ser taxado de filme de Sessão da Tarde, e essa suspeita fica até mais forte ao vermos Paulo Vilhena no elenco. Entretanto a suspeita não se confirma diante de alguns temas polêmicos e cenas picantes, muito bem dirigidas.
Apesar de ter como eixo central uma história de amor, que se cruza com mais dois relacionamentos, todos conturbados e insólitos, não vi o amor como tema do trabalho, pois o que me chamou a atenção foi o conflito entre modernidade e tradicionalismo que uma grande metrópole pode proporcionar.
O cruzamento que mexe com o coração de todos é deslocado da Ipiranga com a São João para a Avenida Paulista com a Rua da Consolação, mais precisamente no edifício Anchieta onde a jovem atriz Marina (Silvia Lourenço) chega do interior para alugar um quarto no apartamento da advogada Suzana (Maria Clara Spinelli). Demora um pouco para entendermos como as duas personagens que estereotipam a jovem descompromissada e a mulher madura e centrada não entram em conflito, nem após Marina dormir com Justine (Danni Carlos) logo após chegar na cidade.
Logo em seu primeiro dia em São Paulo, Marina conhece Jay, que apresenta a cidade para a moça. Ele é um tímido escritor que ao contrário de um relacionamento com Marina como poderíamos imaginar, investe em seu amor por Michelle (Leilah Moreno), uma prostituta que vê no romântico incorrigível apenas mais um cliente.
No bar em que Jay a levou, Marina vê Justine cantando. Após conhecer pessoalmente a cantora conhece também Nuno (Paulo Vilhena) e os três proporcionam os temas mais liberais do filme, como a proposta de um ménage à trois, relacionamento aberto, etc.
Por fim Suzana, que aluga um quarto de seu apartamento para Marina, começa um relacionamento com Gil (Gustavo Machado) no machista ambiente do Fórum. Nada de incomum, não fosse o grande segredo guardado por Suzana, como indica o trailer.
Conforme citado, não são poucas as cenas em que a tradição barra as atitudes liberais. Se por um lado Nuno aceita ver Justine com outra, demonstra ciúmes quando o relacionamento das duas demonstra seriedade; machismo ao agredir Justine em virtude do mesmo ciúme; e tradicionalismo ao tentar impor regras na vida da cantora.
Jay aceita propor um relacionamento estável com uma prostituta (ao menos enquanto o amor é platônico), mas por trás disso há o romantismo exacerbado e a ideia de transformá-la no grande amor de sua vida, querendo agradá-la com presentes inesquecíveis e construir sentimentos nos quais a sociedade se baseia há séculos, mas que a modernidade refuta com veemência.
Não darei detalhes sobre a história de Suzana e Gil, pois me atenho aos segredos indicados pelo trailer, mas o conflito entre o tradicional e o moderno aparece. Para saber se o tradicionalismo predominará ou se dará lugar a uma visão mais liberal, é necessário ver o filme.
Roberto Moreira é ousado ao trazer para as telas temas que apesar de cotidianos ainda sofrem grande preconceito. Cenas de amor entre duas atrizes são pouco exploradas em qualquer cinema do mundo, mas o diretor as expõe de forma competente, deixando o trabalho bastante natural. Encontramos também a situação bastante comum no cotidiano das pessoas, que se sentem (parafraseando Simmel) solitários e perdidos na multidão metropolitana.
Um bom filme que terá que enfrentar a falta de dinheiro e o preconceito da sociedade para mostrar seu valor!
Apesar de ter como eixo central uma história de amor, que se cruza com mais dois relacionamentos, todos conturbados e insólitos, não vi o amor como tema do trabalho, pois o que me chamou a atenção foi o conflito entre modernidade e tradicionalismo que uma grande metrópole pode proporcionar.
O cruzamento que mexe com o coração de todos é deslocado da Ipiranga com a São João para a Avenida Paulista com a Rua da Consolação, mais precisamente no edifício Anchieta onde a jovem atriz Marina (Silvia Lourenço) chega do interior para alugar um quarto no apartamento da advogada Suzana (Maria Clara Spinelli). Demora um pouco para entendermos como as duas personagens que estereotipam a jovem descompromissada e a mulher madura e centrada não entram em conflito, nem após Marina dormir com Justine (Danni Carlos) logo após chegar na cidade.
Logo em seu primeiro dia em São Paulo, Marina conhece Jay, que apresenta a cidade para a moça. Ele é um tímido escritor que ao contrário de um relacionamento com Marina como poderíamos imaginar, investe em seu amor por Michelle (Leilah Moreno), uma prostituta que vê no romântico incorrigível apenas mais um cliente.
No bar em que Jay a levou, Marina vê Justine cantando. Após conhecer pessoalmente a cantora conhece também Nuno (Paulo Vilhena) e os três proporcionam os temas mais liberais do filme, como a proposta de um ménage à trois, relacionamento aberto, etc.
Por fim Suzana, que aluga um quarto de seu apartamento para Marina, começa um relacionamento com Gil (Gustavo Machado) no machista ambiente do Fórum. Nada de incomum, não fosse o grande segredo guardado por Suzana, como indica o trailer.
Conforme citado, não são poucas as cenas em que a tradição barra as atitudes liberais. Se por um lado Nuno aceita ver Justine com outra, demonstra ciúmes quando o relacionamento das duas demonstra seriedade; machismo ao agredir Justine em virtude do mesmo ciúme; e tradicionalismo ao tentar impor regras na vida da cantora.
Jay aceita propor um relacionamento estável com uma prostituta (ao menos enquanto o amor é platônico), mas por trás disso há o romantismo exacerbado e a ideia de transformá-la no grande amor de sua vida, querendo agradá-la com presentes inesquecíveis e construir sentimentos nos quais a sociedade se baseia há séculos, mas que a modernidade refuta com veemência.
Não darei detalhes sobre a história de Suzana e Gil, pois me atenho aos segredos indicados pelo trailer, mas o conflito entre o tradicional e o moderno aparece. Para saber se o tradicionalismo predominará ou se dará lugar a uma visão mais liberal, é necessário ver o filme.
Roberto Moreira é ousado ao trazer para as telas temas que apesar de cotidianos ainda sofrem grande preconceito. Cenas de amor entre duas atrizes são pouco exploradas em qualquer cinema do mundo, mas o diretor as expõe de forma competente, deixando o trabalho bastante natural. Encontramos também a situação bastante comum no cotidiano das pessoas, que se sentem (parafraseando Simmel) solitários e perdidos na multidão metropolitana.
Um bom filme que terá que enfrentar a falta de dinheiro e o preconceito da sociedade para mostrar seu valor!
2 comentários:
adorei a crítica!
obrigada pelo carinho... :)
já coloquei no meu twitter e facebook...
e muito obrigada pela ajuda na divulgação!!
beijos e rosas............
Só para avisar que li o artigo. Beijos!
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